sábado, 6 de octubre de 2007

Mulheres do Bolsa Família I







O que esta por traz do olhar desta mulher?

Olhos profundamente verdes, contrastando com a pele queimada. Olhos que precisam de muita concentração para se apreender à realidade.

Uma vez por semana, agentes de saúde comunitária chegam à casa de Dona Maria da
Luz e lhe aplicam injeções; diariamente o marido lhe faz tomar um remédio de gotinhas. Ela não sabe muito bem o porquê, mais dizem que é por causa de doença nos nervos. Da Luz acha que os remédios não fazem bem a ela, às vezes fica dias sem dormir, e logo após a aplicação semanal da tal injeção não consegue levantar da cama por dias inteiros. A ansiedade é exagera para alguém que vive o ritmo de uma vida no campo, suas mãos tremem levemente.

Parte significativa dos 95 reais (aproximadamente 50 dolares) que recebe do Bolsa Família são utilizados com sua medicação. Na casa onde vive não há luz, nem água canalizada. O sustento da família vem do pouco que conseguem plantar, de vez em quando conseguem um trabalho na roça de alguém. No dia anterior à entrevista, Maria da Luz, seu marido e os três filhos foram trabalhar em uma colheita de tomates, o trabalho de um dia inteiro de toda a família lhes rendeu 10 Reais (aproximadamente 5 dólares).

Maria da Luz diz que começou a ser medicada após uma grave depressão, também, não é pra menos. Obviamente nunca recebeu nenhum tipo de tratamento psicológico e a medicação, que recebe de forma irregular, dificilmente é adequada.

Depois de algumas horas de entrevista não é difícil entender o que esta por traz do olhar de Maria da Luz.



2 comentarios:

Pri Ramalho dijo...

E por ironia do destino, essa mulher de olhar apagado chama-se Maria da Luz...

maria dijo...

marianita, me encanta el tema que planteas, ese tema siempre me ha fascinado. Me parece que paramos muy poco en todo este tema del desarrollo a ver las personas; son beneficiarios o pobres o damnificados o desplazados o indigentes. Números y números en las estadísitcas, pero pocas veces nombres y muchas menos historias. Es interesante como tenemos un imaginario de nervios, estress y locura relacionado con la vida moderna, con la ciudad y su congestión, su ritmo, su ruido, el smog, la contaminación, el reloj, y por otro lado una imagen romántica del campo como el sitio de descanso y por lo tanto de cura, de tranquilidad. Creo que Claudia, que es la experta en el tema puede comentarlo mejor, pero hace años me viene preocupando el tema de la salud mental en las poblaciones rurales pobres de nuestros países. Creo que el sentimiento de desarraigo, de incertidumbre, de desconsuelo, de perdidad de referentes, de desintegración de comunidades y tradiciones, de hibridación, de violencia permanente en las que se encuentran están teniendo secuelas muy profundas en la psiquis de nuestros campesinados. Es un asunto invisible, como sus historias para las estadísticas de pobreza.